CIRCULAR Nº 05 / 2024
A Importância do Jejum – Exercício da Fé
Caros irmãos, A paz de Deus.
O jejum é um exercício da fé cristã pela prática da abstenção de alimentos por um certo período de tempo — tempo esse determinado unicamente pelo crente de per si com Deus. Ao praticá-lo, é preciso ter cuidado para não exceder o limite da capacidade física do organismo a ponto de se transformar num problema de saúde. Aconselhamos aos irmãos portadores de alguma enfermidade a serem cuidadosos e analisarem se podem ou não se dedicar a esse tempo de consagração sem sofrerem consequências resultantes desse jejum, considerando seus organismos debilitados.
O jejum jamais deve ser visto como sacrifício — o último sacrifício exigido pela Lei foi cumprido por Jesus Cristo na cruz — mas, sim, como uma forma de mortificação temporária e voluntária de nosso corpo físico.
É recomendável que se tenha o cuidado de não demonstrar propositalmente às pessoas que se está em abstinência alimentar (excetuando a própria família, da qual não há como, nem razão para ocultar), conforme podemos ter ciência pela leitura do Evangelho:
“E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mat 6:16)
O propósito principal do jejum é essencialmente espiritual e visa tornar o cristão mais afinado com Deus, levando-o assim a uma maior consagração e aprimoramento em sua busca pela santificação pessoal. Portanto, sua prática pode ser de grande valia na sua vida cristã, existindo testemunhos nas Santas Escrituras de obras magníficas alcançadas pelo auxílio desse expediente, como é o caso de Cornélio, a quem o Senhor enviou um anjo a lhe falar após um tempo de jejum e oração, conforme testificamos pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos:
“E disse Cornélio: há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes, e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus.” (At 10:30 e 31)
O jejum, quando realizado em harmonia de sentimentos para com Deus, é poderoso para se enfrentar as forças do mal, sendo uma arma eficaz para derrotarmos — associado às orações — certas castas de demônios, conforme o Mestre ensinou, e se encontra narrado nos evangelhos:
“Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mat 17:21 e Mar 9:29)
É notório que as hostes espirituais da maldade não param de arquitetar seus ardis contra o povo de Deus, por isso, o jejum juntamente com santas orações são armas poderosas contra esse mal.
O nosso Mestre afirmou que os seus discípulos haveriam de jejuar quando Ele lhes fosse tirado pela morte de cruz, deixando evidenciado esse ensino entre os seus seguidores, conforme podemos confirmar pela leitura dos evangelhos:
“E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar; Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias.” (Mar 2:19 e 20 e Luc 5:35)
Os santos homens do passado praticavam o jejum para dar cumprimento às suas missões, como se pode verificar no livro de Atos dos Apóstolos:
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” (At 13:2)
No livro de Atos se lê:
“E, passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava.” (At 27:9)
Novamente, poderemos verificar essa prática, narrada na segunda epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios:
“Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.” (2Cor 11:27)
Portanto, com base nas exposições acima, ensinamos a irmandade e ao ministério em geral o valor do jejum, a quem se interessar numa maior consagração a Deus nesses dias tão difíceis.
Fazemos isso, recomendando a não se perder de vista o fato de que esse conselho não se configura numa imposição ou numa obrigação ritual e, sim, em uma opção livre e espontânea.
Vossos irmãos em Cristo,
O Conselho de Anciães