CIRCULAR Nº 07 / 2024
Avivamento Espiritual do Ministério e da Irmandade
Caros irmãos, A paz de Deus.
Há grande preocupação quanto ao futuro da obra de Deus, considerando-se as condições espirituais que vivemos e a evolução das tendências que norteiam a vida das pessoas, levando-as cada vez mais a um distanciamento de Deus, ainda que d’Ele se fale constantemente. De fato, há uma honra em seus lábios, mas o coração distancia-se cada vez mais do Senhor, buscando-se maior satisfação quanto à vida terrena do que com o dever de consagração a Deus para salvação.
Os pregadores da Palavra, por força das expectativas circunstanciais que permeiam o viver das pessoas, sentem-se no dever de levar ao povo consolações, alegrias e esperanças nas coisas palpáveis, ao invés de um aconselhamento e ensinamento que provoquem no povo uma percepção da verdadeira realidade espiritual advinda do Evangelho de Cristo.
Espiritualmente, e no exercício do ministério da Palavra, vivemos um momento difícil; de um lado necessitamos levar consolação ao povo que vive aflições, e por outro lado, devemos levar a todos o pleno conhecimento da verdadeira graça do Filho de Deus.
Consideremos a conclusão a que chegou Salomão, quando em sua meditação referindo-se à Palavra, escreveu:
“Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade. As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor.” (Ecl 12:10 e 11)
De fato, a consolação e a alegria do povo é também a nossa, porém, se somos guiados pelo Espírito de Deus, certamente que, com sabedoria e inteligência, cumpriremos o nosso dever diante de Deus e do povo.
Quando o Senhor mandou o rei Ezequias escrever cartas ao povo e enviar seus mensageiros para convidar o povo a voltar ao Senhor, muitos zombavam e riam deles, não dando crédito ao que anunciavam, cujo conteúdo dizia:
“Filhos de Israel, convertei-vos ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel; para que ele se volte para aqueles de vós que escaparam, e ficaram da mão dos reis da Assíria. E não sejais como vossos pais e como vossos irmãos, que transgrediram contra o Senhor, Deus de seus pais, pelo que os pôs em assolação como o vedes.” (2Cron 30:6 e 7)
Daí a preocupação com a corrupção dos costumes cristãos, tais como a infidelidade conjugal, a intolerância e violência familiar, que culminam em agressões verbais, morais e até mesmo físicas entre os cônjuges, e de pais contra filhos e filhos contra pais, geradas pela falta de estrutura espiritual, que pode levar a graves consequências, tais como imoralidades, lascívia e pecados virtuais, além dos vícios, seja em jogos de várias espécies incluindo jogos de azar.
Nos dias atuais o homem se sobrecarrega de ocupações, tais como, vaidades carnais e espirituais, divertimentos e distrações, ao invés de congregar e alimentar a sua alma com a Palavra de Deus. A grande falta de espiritualidade e de vigilância do povo facilita a adesão a esses costumes do mundo atual, que são assimilados de forma sutil.
Assim, temamos, pois, que o esfriamento da Igreja ocorrido em séculos passados se repita em nossos dias. Logo após a primeira dispensação do Espírito Santo, houve grande combate estabelecido pela oposição sistêmica do adversário, que não tardou em manifestar-se por intermédio de gestões humanas, que deixaram de lado a simplicidade da graça em troca de um novo evangelho. Nasceram líderes religiosos, falsos apóstolos e profetas, professando heresias que, por vaidade, atraiam o povo para si, desviando-os do verdadeiro Evangelho e levando-os a extinguir o Espírito Santo, e logo a Igreja foi dividida. Nesse tempo, já nos finais dos seus dias, o apóstolo João, em sua terceira epistola, queixava-se de Diótrefes que não os recebia, procurando ter entre eles o primado.
Os remanescentes, que eram fiéis, passaram a sofrer perseguições com prisões e martírios. Paulo ficou decepcionado com o fato dos irmãos da Galácia terem abandonado o Evangelho da graça de Cristo que lhes foi apresentado, para um evangelho distorcido, que não era outro, mas era ensinado com interpretações equivocadas.
Assim, caminhou a Igreja sob os efeitos das perseguições, e essas imprimiram sobre os fiéis um grande sofrimento e mortes.
Quantos séculos se passaram e a Igreja não sucumbiu, permanecendo firme na fé, enfrentando as oposições da falsamente chamada ciência, predita pelo Apóstolo Paulo.
A simplicidade do Evangelho de Cristo aos poucos pode ser perdida pelos anseios dos homens, pois alguns se aplicam ao conhecimento teológico por objetivos financeiros; outros para engrandecer- se pela vaidade humana, buscando a glória temporal. Nota-se em muitos lugares, contendas e dissensões pelo anseio em dominar.
Há também os que se projetam através de seu carisma e de agrados, sem ensinar o povo a se abster das obras que por Deus são reprovadas. Quem se comporta dessa maneira se afasta de Deus e mina a autêntica obra de Cristo.
Lembremo-nos do que está escrito, conforme abaixo:
“Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança, e cujos príncipes comem de manhã. Bem-aventurada tu, ó terra, cujo rei é filho dos nobres, e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças, e não para bebedice.” (Ecl 10:16 e 17)
Os que buscam entender o tempo em que vivemos, face à Palavra de Deus, irão perceber que, da mesma forma como houve no passado, é notável nos dias atuais, a dispensação dos dons do Espírito Santo sobre os que com sinceridade buscam a Deus. Vivemos um período de grande manifestação do poder de Deus, e somos testemunhas de seus feitos miraculosos, tanto de caráter espiritual, como também das grandes obras maravilhosas que nossos olhos contemplam.
Ao nosso Deus, por Jesus Cristo, seja toda a glória, louvor e honra para sempre!
Vossos irmãos em Cristo,
O Conselho de Anciães